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A Igreja

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A Igreja Paroquial de Santo Agostinho, antiga Igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Marvila, foi justamente considerada um dos mais belos templos seiscentistas que sobreviveram ao terramoto de 1755. Está situada na Lisboa Oriental num local sobranceiro ao Tejo, diante de um belíssimo panorama sobre o estuário. 

A decoração da Igreja insere-se no barroco português, que atinge o seu ponto culminante no século XVIII, e cujo esplendor se revela no interior com riquíssimos revestimentos em talha dourada, azulejo, pintura e mármores coloridos e embutidos.

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Exterior

 

O convento articula-se em torno de um pátio, com dois corpos laterais sintéticos que se unem ao fundo por um corpo central, formando um U. A antiga arcaria foi substituída por janelas aquando da adaptação a asilo.

O portal de acesso à igreja, de feição seiscentista, está encimado por um frontão triangular datado de 1725.

Interior

 

A Igreja de planta longitudinal, de uma só nave, é coberta por uma abóbada de berço.

A Capela-mor está revestida a talha dourada possivelmente da autoria de José Rodrigues Ramalho. 

O retábulo de talho é do "estilo nacional" com pares de colunas salomónicas rematadas por um arco de volta perfeita envolvendo o trono, tendo ao centro um magnífico trono eucarístico. Este encontra-se oculto por uma tela que representa "Cristo a dar a Comunhão aos Apóstolos e à Virgem" de Bento Coelho da Silveira, pintada na década de 1690.

Ao centro do retábulo encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição, orago do convento. A Virgem está ladeada, à direita, por uma imagem de Santa Brígida, fundadora da Ordem do Santíssimo Salvador e, pela imagem de Santo Agostinho, actual padroeiro da paróquia. 

As quatro telas laterais, possivelmente de Bento Coelho da Silveira, representam cenas da vida de Santa Brígida.

Todo o altar-mor e paredes circundantes são de mármores embutidos. Nas paredes laterais, do lado direito, a lápide de Diogo Lopes e do esquerdo a de sua mulher D. Isabel Henriques.

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A Nave tem um revestimento azulejar, até meia altura das paredes atribuído ao monogramista P.M.P., tal como os azulejos que revestem os dois confessionários ao fundo da nave.

O restante corpo da nave é revestido de talha dourada, de onde ressalta o púlpito e duas capelas laterais. Ao longo das paredes, duas séries de pinturas: a inferior representa cenas da vida de Santo Agostinho, possivelmente de André Gonçalves; a superior remete para cenas da fundação da Ordem de Santa Brígida

A abóbada, parcialmente destruída pelo terramoto, foi reconstruída posteriormente.

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No Coro-baixo as duas paredes laterais estão revestidas com painéis de azulejos figurativos alusivos ao Cântico dos Cânticos, atribuídos a António de Oliveira Bernardes.

Nas paredes, quadros de Bento Coelho da Silveira, com molduras em talha dourada, alguns associados à temática brigitina, como "Cristo recolhendo as vestes" e a "Aparição de Cristo à Virgem". 

A abóbada pintada, da autoria de Francisco Ferreira de Araújo, tem ao centro um painel com alegoria à Eucaristia.

No chão, pedras tumulares de D. Isabel Henriques e de sua filha D. Juliana de Santo António.   

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